Certeza de que a mulher ocupará o protagonismo

Diferenças entre homens e mulheres no mundo profissional? A arquiteta e urbanista Andréa Calábria lembra de uma pequena história que trata do assunto: o primeiro homem a ser reconhecido como arquiteto remonta ao tempo das pirâmides egípcias; a primeira mulher a receber o título de arquiteta foi Marion Griffin em 1894.

“Mais de um século depois ainda estamos lutando por condições igualitárias na profissão”, diz Andréa, que não esconde o amor pela A & U desde quando sentou pela primeira vez frente a uma prancheta. “Dificuldades surgiram, mas amo o  que faço, com seus obstáculos, peculiaridades, mas também recompensas.

Em um “relacionamento sério” com a arquitetura e urbanismo desde 1993, quando saiu da Universidade Federal de Pernambuco, assina projetos residenciais, comerciais e de interiores, por meio de seu escritório instalado no Recife.

“Quando comecei, o mercado de interiores era pequeno, mas corri para novos aprendizados e lutamos para que a arquitetura de interiores seja valorizada e respeitada, pois ela é tão relevante quanto às demais.” recorda.

Em meio a muitos nomes que serviram de inspiração em sua trajetória, a arquiteta iraquiana Zaha Hadid está entre as primeiras do ranking.  Seu trabalho de desconstrutivismo, a força para superar preconceitos – por ser mulher e ainda árabe – e a ousadia de inovar na A & U garantem o especial lugar. “Mas a primeira arquiteta que me inspirou mesmo foi Janete Costa com sua defesa de uma arquitetura com identidade regional e nacional”, complementa.

Como será o amanhã? Andréa Calábria volta a recordar o passado, um tempo recente em que as mulheres não podiam sequer frequentar as universidades – na área de arquitetura e urbanismo em especial. “ A caminhada para a equiparação de gêneros é lenta e desgastante, mas sou muito otimista no papel que a mulher tem hoje e o que ela ocupará, de protagonismo, no futuro”.