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02/07/2015ㅤ Publicado às 16:57

Palestra promovida pelo CAU/PE reuniu arquitetos e urbanistas no auditório da Toyolex.

“As pessoas começam a valorizar mais o espaço público quando têm oportunidade de vivenciá-lo.” Foi com essa frase que o arquiteto argentino Claudio Sat resumiu o desafio da recuperação urbanística em palestra que aconteceu na última semana, no auditório da Toyolex. Durante o encontro, promovido pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (CAU/PE), Sat compartilhou sua experiência em planejamento urbano, com especial ênfase no projeto que resultou no Parque das Nações, em Lisboa, onde ele vive há vinte anos, e as consequências da iniciativa para a cidade.

Durante a conversa, Sat falou sobre sua participação nas ações para revitalizar uma área oriental da capital portuguesa, por ocasião da Expo 98, uma mostra comemorativa aos 500 anos dos descobrimentos portugueses. Entre 1995 e 1998, a obra recuperou uma área de 340 hectares, com 5 km margeando o Rio Tejo. O local, majoritariamente composto por antigas fábricas e imóveis residenciais em péssimo estado, foi divido em cinco porções, as quais receberam projetos setoriais que contemplaram as necessidades específicas de cada região.

O resultado é que, em três anos de trabalho paisagístico e arquitetônico, o local passou de abandonado e sujo a ponto turístico com milhões de visitantes mensais. O espaço ganhou pavilhões para eventos e feiras, uma doca, prédios residenciais e comerciais modernos, escolas, hospitais, museus, espaços verdes e uma ponte ligando o centro a um ponto da cidade além do Tejo. Sat conta que tudo foi pensado de forma estratégica, colocando em sintonia a sociedade, espaços públicos, empreendimentos privados em sintonia com a paisagem de Lisboa, arborização, revitalização das águas do Tejo e soluções eficazes de transporte público e acessibilidade.

LEGADO – A Expo 98 proporcionou experiências únicas de integração entre a sociedade e a cidade, que repercutem até hoje. “Passados quinze anos, vemos que as intervenções foram bem-sucedidas. O espaço ganhou uma dinâmica nova, o que teve impacto na cidade de Lisboa como um todo”, pontuou Sat.

Um dos principais ganhos proporcionados pelo evento foi o resgate das áreas ribeirinhas. “A população lembrou que tinha um rio e, então, os espaços perto do Tejo passaram a ser mais valorizados. O resultado foi de realmente reviver os espaços públicos, com boa aceitação das pessoas”, explicou o arquiteto. A feira também abriu portas para processos de restauração de outras áreas do centro lisboeta, como a revitalização do parque histórico do Arsenal Real da Marinha e do Paço da Ribeira.

As ideias integradoras despertaram a atenção do público devido à familiaridade do centro de Lisboa com a área portuária e o centro histórico do Recife. “Dessa experiência, o que mais marca é o compromisso dos arquitetos envolvidos no projeto, que se juntaram com um só ideal e quiseram fazer cidade de uma forma diferente”, comenta a conselheira do CAU/PE Kyria Tsutsumi. Para ela, esse é um exemplo que pode ser seguido e render êxitos no Recife.

Confira a apresentação completa apresentada por Claudio Sat:

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