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06/11/2013ㅤ Publicado às 15:57

foto palestra corominas

Curador internacional da mostra, o catalão Miguel Corominas ministrou palestra. Foto: Laura Cortizo/Divulgação

Mais do que pensar nos aspectos estéticos ou simplesmente físicos da nova malha urbana que desenhou para a cidade de Barcelona, ainda no século XIX, o engenheiro, político e urbanista catalão Idelfons Cerdà quis garantir qualidade de vida para a pessoas quando elaborou o plano de expansão da cidade, marco do urbanismo mundial. A abordagem social e os detalhes técnicos do projeto foram apresentados pelo também urbanista espanhol Miguel Corominas em sua palestra durante a abertura da exposição “Cerdà e a Barcelona do Futuro – Realidade versus Projeto”, que fica em cartaz no Museu da Cidade do Recife até 4 de janeiro.

Curador internacional da mostra, Corominas explicou como Cerdà influenciou o mundo e determinou o futuro de Barcelona ao planejar uma cidade baseada em quadras, considerando aspectos como saneamento, ventilação e até mesmo a viabilidade econômica em toda a malha urbana. “Sem a densidade do ensanche, nós possivelmente não poderíamos ter construído o metrô da cidade anos mais tarde e estaríamos lamentando agora”, pontou o espanhol, que enfatizou a questão da mobilidade como um dos pontos fortes da cidade catalã, que até hoje carrega aspectos fortes do plano que foi elaborado há mais de cem anos. “Até hoje as ruas de lá são 50% destinadas aos pedestres, assim como idealizou Cerdà.”

A exposição foi aberta oficialmente na noite do dia 5 de novembro, pela curadora local Amélia Reynaldo, conselheira do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (CAU/PE) e pesquisadora do Centro Josué de Castro. Ela surpreendeu a todos os presentes ao afirmar que o Recife possuía mais similaridades com Barcelona do que se imaginava. “O formato das cidades é parecido, elas são cortadas por rios e dependem dos seus portos”, afirmou a curadora, sem deixar de apontar várias diferenças – algumas das quais podem sair inspiração para o Recife. “Em Barcelona cerca de 80% das pessoas se locomovem a pé ou através do transporte público. A cidade evidencia o quanto um projeto de cidade determina a qualidade urbana do espaço”, concluiu.

A vinda do material ao Brasil foi possibilitada pelo patrocínio do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) e da Prefeitura da Cidade do Recife (PCR), com realização Centro Josué de Castro (CJC) e conta com o apoio do Instituto Cervantes, do IAB-PE, da Gusmão Planejamento e Obras e do Museu da Cidade do Recife, graças à cessão do direito de exposição concedido pelo Departamento de Urbanismo da Universidade Politécnica da Catalunha e pelo Laboratório de Urbanismo de Barcelona.

Também participaram da abertura da mostra o conselheiro federal por Pernambuco Fernando Diniz, que representou o presidente do CAU/BR, Haroldo Pinheiro; o secretário de planejamento do Recife Antônio Alexandre; o presidente do Centro Josué de Castro, José Arlindo Soares; e o presidente do CAU/PE, Roberto Montezuma. “Um projeto de futuro como foi o de Cerdà tem que enxergar o passado, costurar o presente e ser farol para os próximos passos”, destacou Montezuma.

A MOSTRA – Montada originalmente em 2009, para marcar o Ano de Cerdà em Barcelona, a mostra está no Recife no seu modelo compactada e itinerante. Ela ocupa uma área de 300 metros quadrados com 80 painéis, vídeos, livros, peças e fotos alusivas ao Plano de Cerdà, além de oferecer ao visitante uma intensa agenda de eventos acadêmicos paralelos. Ela está dividida em sete temas: teoria, mosaico, traçado, casa, novos ensanches, Barcelona, futuro.

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